A senadora sul-mato-grossense Simone Tebet (MDB) foi confirmada nesta terça-feira (12) como a nova presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), a principal comissão do Senado. A confirmação veio após o partido, que ficou com a vaga, indicar o nome dela para o cargo.
Daiany Albuquerque – Midia Max
Em entrevista logo após o anúncio, a senadora afirmou que nesta semana ela sentará com os líderes partidários para definir os outros integrantes da Comissão, já que a CCJ tem 27 componentes. “Agora é trabalhar, fazer o mais rápido possível a indicação pelos líderes da presidência, para que a gente possa constituir a Comissão e já semana que vem trabalhar a favor do Brasil”.
Sobre a CCJ, a senadora declarou que se trata do “coração do Senado Federal” e que espera muito trabalho, principalmente para este ano, quando deverá ser votado tanto a reforma da Previdência, quando o pacote da segurança pública, enviado pelo ministro da Justiça, Sergio Moro.
“As duas principais pautas do governo e do país vão passar pela CCJ. Uma PEC que passa única e exclusivamente pela CCJ e depois vem ao plenário, que é a PEC relacionada à reforma da Previdência, e o pacote de medidas de segurança pública do ministro Sergio Moro, que quando vier para o Senado, por ser este ano ou pode ser ano que vem, nós não sabemos quando a Câmara vai deliberar, também vai passar por esta Comissão. É a única comissão que analisa a constitucionalidade e a legalidade de um projeto, e também no caso de emendas constitucionais ela analisa o mérito, ou seja, se o projeto é importante, se é conveniente, se é oportuno. Com esses dois exemplos a gente já vê o tamanho do trabalho que teremos e a responsabilidade”, analisou a senadora.
Na entrevista, Simone não se esqueceu de falar sobre o novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), a quem apoio durante a eleição, em detrimento ao seu colega de partido, Renan Calheiros (AL). Para a parlamentar, apesar de ter pouca idade para estar na presidência da Casa, o democrata conseguiu contemplar todos os partidos na formação das comissões.
“Um jovem de 41 anos como o Alcolumbre, de apenas 41 anos, sentou com todos os partidos e conseguiu, num amplo consenso, formar aquilo que era possível dentro das comissões. Praticamente todos os partidos com representantes ou na presidência ou na vice-presidência das comissões. A proporcionalidade, dentro do possível, ela foi observada”, declarou.
Problemas internos
A indicação de Simone para a presidência da Comissão vem após longa briga interna da parlamentar com parcela do partido que favorável a Renan. A senadora atuou, inclusive, nos bastidores para fortalecer a candidatura de Alcolumbre, depois que o partido decidiu apoiar o alagoano para a disputa da presidência.
Renan tinha forte rejeição fora do MDB, por conta dos processos que enfrenta e teve muita resistência ao ser anunciado como candidato. Durante a votação, porém, o parlamentar, percebendo a derrota, desistiu da disputa. Entretanto, Calheiros chegou a pedir aos caciques da legenda a expulsão de Tebet por ter atuado abertamente contra a decisão da maioria da bancada.
A indicação da senadora sul-mato-grossense para chefiar a principal comissão do Senado vem como uma vitória importante de Simone, que teve apoio primordial do PSDB para assumir a função, já que o partido abriu mão da CCJ com a prerrogativa que ela fosse a indicada.